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A tela de boca de cena do Teatro Stephens

  A 24 de Agosto de 1941, a Marinha Grande inaugurava o novo Teatro Stephens, depois de, na década de 30, o velho teatro ter sido atingido por um incêndio.
Nesse mesmo ano, Alberto Nery Capucho, que tinha vindo para a Marinha Grande em 1931 para leccionar desenho na Escola Industrial, que funcionava ao lado do teatro, pinta uma enorme tela para servir de “pano de boca” no novo teatro. Trata-se de uma gigantesca pintura a óleo sobre tela cujo «suporte é constituído por faixas de tela cozidas na vertical e pregadas a duas réguas de madeira, suspensa no topo e rematada na parte inferior com barra metálica.» (1). Nela, a toda a largura e altura do palco, estão representadas algumas das actividades industriais, sociais e culturais daquela época na Marinha Grande. Nesta alegoria aos Stephens, ao alto, no centro, podem ver-se dois supostos anjos, um deles segurando o escudo com as insígnias da Marinha Grande e o outro uma roda dentada, símbolo da indústria. Ao fundo, em segundo plano, as fábricas e as suas chaminés fumegantes. Em baixo, entre a população, que homenageando os Stephens oferece flores, reconhecem-se o vidreiro, o lenhador, o bombeiro, o guarda-florestal, velhos e novos, ricos e pobres, e as mulheres, mostrando a uma criança a nossa terra, todos em homenagem aos Stephens, por tudo o que fizeram pela Marinha Grande.
Nesta tela pode ainda ver-se a inscrição:

AOS STEPHENS
MARINHA GRANDE
AGRADECIDA

Por volta de 1954, com a nova tecnologia de CinemaScope, consideraram-se inadequadas as dimensões desta tela, sendo então retirada.
No Verão de 2007, o Teatro Stephens acabou por encerrar por falta de condições e em Maio de 2011 iniciam-se obras para a sua requalificação.
Entretanto, a tela da boca de cena seguia para restauro.
«De uma forma geral, a tela encontrava-se em bom estado de conservação, à exceção dos quatro cantos, cujos inferiores se encontravam em pior estado.
Apresentava vários “vícios” e ondulações verticais, (…) bem como pequenos rasgões, lacunas ao nível da pintura e do suporte, (…) e uma ligeira alteração cromática devido à oxidação (amarelecimento) dos vernizes e à sujidade acumulada ao longo dos tempos.» (2).
Depois de restaurada, e após a conclusão das obras de requalificação do teatro, a tela foi recolocada no palco.
O teatro foi reaberto em 25 de Outubro de 2014, agora com a designação de Casa da Cultura - Teatro Stephens.

1 – Catarina de Sousa Carvalho (Conservadora de museus)
2 – Idem

A tela de boca de cena do Teatro Stephens

Pormenor da tela de boca de cena


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