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Mensagens

O Túmulo do Galo

             Na sua casa de S. Pedro de Moel, Afonso Lopes Vieira teve, ao longo da sua vida, vários animais de estimação: uma cabra, uma cadela, um cavalo ou um galo, são alguns dos que se conhecem.               A Sua afeição pelos animais levou-o a escrever “Animais Nossos Amigos”.           A história da lápide, representada na fotografia abaixo, está relacionada com o galo de estimação do Poeta, com o qual este tinha uma forte relação. De facto, era com o canto madrugador do galo “Chico” que o Poeta despertava quando se encontrava na sua casa de S. Pedro.             Depois da morte do galo, Afonso Lopes Vieira mandou fazer uma lápide que colocou no pátio exterior, lado sul, da sua casa em S. Pedro, assinalando, supostamente, o túmulo do dito galo. Esta lápide, em calcário Lioz, com a representação de um galo e do sol, apresenta a inscrição, em caixa alta: IN MEMORIAM – MAIS ALTO QUE A CRUZ. Ora, esta “cruz” poderá estar relacionada com o Cruzeiro existente mesmo ao lado da lápid

O Pelourinho de Monte Real

               Em 1292, por mercê de D. Dinis, a póvoa de Monte Real foi elevada a vila, nascendo a Vila Real de D. Dinis, onde o Monarca encontrava no bom clima e nas nascentes de água termal um ameno local de veraneio. Passou, mais tarde, a ser conhecida por Monte Real, certamente tendo em conta o Paço dionisino erguido na zona alta da povoação.              Na estrada de acesso à vila velha, servindo de marco limítrofe para a antiga circunscrição, encontramos o velho pelourinho, obra quinhentista tardia do tempo do rei D. Manuel I.              A vila tinha, então, o seu pelourinho, e possuí-lo significava ter jurisdição municipal. É constituído por uma coluna de fuste cilíndrico, de cerca de dois metros de altura, com base em paralelepípedo, e assente numa base de três degraus circulares. O alto do fuste é rematado por uma pinha cónica que ostenta o escudo de armas de Portugal e a data de 1573. É provável que tivesse incluído uma decoração superior, metálica, dada a presença de

A tela de boca de cena do Teatro Stephens

  A 24 de Agosto de 1941, a Marinha Grande inaugurava o novo Teatro Stephens , depois de, na década de 30, o velho teatro ter sido atingido por um incêndio. Nesse mesmo ano, Alberto Nery Capucho, que tinha vindo para a Marinha Grande em 1931 para leccionar desenho na Escola Industrial, que funcionava ao lado do teatro, pinta uma enorme tela para servir de “pano de boca” no novo teatro. Trata-se de uma gigantesca pintura a óleo sobre tela cujo «suporte é constituído por faixas de tela cozidas na vertical e pregadas a duas réguas de madeira, suspensa no topo e rematada na parte inferior com barra metálica.» (1). Nela, a toda a largura e altura do palco, estão representadas algumas das actividades industriais, sociais e culturais daquela época na Marinha Grande. Nesta alegoria aos Stephens, ao alto, no centro, podem ver-se dois supostos anjos, um deles segurando o escudo com as insígnias da Marinha Grande e o outro uma roda dentada, símbolo da indústria. Ao fundo, em segundo plano, as

A Capela da Senhora da Barroquinha

            Existe na freguesia de Maceira, concelho de Leiria, junto à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz, a sul da estrada que por ali passa e após uma escarpa, uma zona baixa (barroca) conhecida por “Barroquinha” ou “Senhora da Barroquinha”, por ali ter sido construída uma capela a Nossa Senhora.             A antiguidade deste local perde-se na vastidão dos tempos mas já no século XVII ele é referenciado no “Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria”, obra de autor anónimo, certamente eclesiástico, escrita cerca do ano de 1657.             Além da capela, construída no século XVII, existem também referências a uma antiga fonte da mesma época. Porém, sobre a actual fonte existe uma placa com data de 1780, certamente uma indicação de que a fonte foi restaurada nessa data. Existe também um nicho com uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima.              À esquerda, uma bonita cascata desce a abrupta escarpa dando origem a um pequeno ribeiro.             Encontrei c

Acabamento de bordos em peças de cristalaria

            Na indústria vidreira, sector da cristalaria, as peças cortadas ou prensadas ficam com os bordos irregulares, necessitando, por isso, de acabamento posterior.        Em meados do século passado, conforme o tipo de peça a acabar, este acabamento era feito em uma ou mais operações, englobando os processos de roçagem, rebordagem e queimo.            O processo de roçagem é feito num engenho de roçar constituído por uma mó de pedra ou ferro fundido, disposta horizontalmente, montada numa estrutura troncocónica e accionada por um veio que a faz rodar.             Sobre a mó cai um fio de água com areia fina ou abrasivos.          Depois encostam-se os bordos das peças à mó para serem desgastados até à uniformização.          Para restituição do brilho perdido com este processo, as peças precisam de passar depois pela rebordagem ou queimo. A oficina de roçagem da Nacional Fábrica de Vidros – Anos 40 do século XX            A rebordagem é o processo utiliz

A Ponte da Boitaca

            Em 1862, no reinado de D. Luís, poucos metros a Oeste do Mosteiro da Batalha, sobre a Ribeira da Calvaria, foi edificada a Ponte da Boitaca, ligando a Vila da Batalha à antiga Estrada Real que ligava Lisboa ao Porto, ficando a fazer parte dela.             “Apresentando um modelo neo-gótico, a ponte é constituída por um tabuleiro rectilíneo, assente sobre seis arcos quebrados intercalados por contrafortes. A amurada da ponte é decorada por grilhagens e pináculos, colocados no topo dos contrafortes.             Nos extremos da edificação foram edificados quatro pavilhões de planta rectangular, que assentam sobre bases em talude e são rematados por ornamentos de cantaria, flores-de-lis e pináculos.”. (1)             Segundo um texto afixado num dos pavilhões, aparentemente da autoria do Rancho Folclórico Rosas do Lena (Rebolaria/Batalha), “(…) na sua construção foram utilizados materiais do terceiro claustro do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, o claustro quinhentis

Identificação do fabricante em vasilhame de vidro destinado a produtos vínicos

            O Ministério da Economia, sendo ministro Rafael Duque, publicou em Diário do Governo, a 14 de Julho de 1944, um conjunto de normas a que devia obedecer o fabrico de recipientes de vidro e as sanções aplicáveis aos fabricantes que infringissem essas normas e outras já publicadas anteriormente.             Para além das normas a que estava condicionado o fabrico deste tipo de produtos em vidro e das sanções a que estariam sujeitos os fabricantes que as infringissem, este Despacho, do Gabinete do Ministro, determinava no seu primeiro parágrafo que:             “Todo o vasilhame de vidro destinado ao engarrafamento de produtos vínicos deve ser marcado de maneira e em lugar bem visível com uma ou mais letras que identifiquem o respectivo fabricante, adoptando-se desde já as marcas existentes para as actuais fábricas legalmente autorizadas: RL - Barbosa & Almeida, Limitada F - Empresa Vidreira da Fontela, Limitada V - Vidreira Mecânica do Mondego, Limitada (Vi