Na indústria vidreira, sector da
cristalaria, as peças cortadas ou prensadas ficam com os bordos irregulares,
necessitando, por isso, de acabamento posterior.
Em meados do século passado,
conforme o tipo de peça a acabar, este acabamento era feito em uma ou mais
operações, englobando os processos de roçagem, rebordagem e queimo.
O processo de roçagem é feito num
engenho de roçar constituído por uma mó de pedra ou ferro fundido, disposta
horizontalmente, montada numa estrutura troncocónica e accionada por um veio
que a faz rodar.
Sobre a mó cai um fio de água com
areia fina ou abrasivos.
Depois encostam-se os bordos das
peças à mó para serem desgastados até à uniformização.
Para restituição do brilho perdido
com este processo, as peças precisam de passar depois pela rebordagem ou
queimo.
A oficina de roçagem
da Nacional Fábrica de Vidros – Anos 40 do século XX
A rebordagem é o processo utilizado
para regularização dos bordos da obra de espessura grossa que resultaram dos
processos de prensagem (vidro prensado), roçagem (pré desbaste dos excessos) ou
corte, não podendo, por isso, ir ao queimo para boleamento dos bordos.
É realizado num engenho de duas
rodas que rodam a grande velocidade, uma de pedra para corte das arestas e
outra de cortiça, sobre a qual corre um fio de água misturado com pó de
pedra-pomes para polimento e restituição do brilho perdido com os processos do
corte, roçagem e rebordagem com a roda de pedra.
A rebordagem na
Nacional Fábrica de Vidros – Anos 40 do século XX
O queimo é a operação de bolear os
bordos das peças finas, copos cálices, etc., eliminando as arestas cortantes
resultantes de operações anteriores.
Esta operação é feita numa máquina
de queimo, constituída por um suporte circular giratório que, à medida que
gira, faz girar um conjunto de pequenos suportes sobre si mesmos, onde são
colocadas as peças. Estas são conduzidas para uma zona da máquina onde funciona
um maçarico que, com os bordos das peças em rotação sob a sua chama, faz com
que os bordos das peças fiquem boleados.
O queimo na Nacional
Fábrica de Vidros – Anos 40 do século XX
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