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O alto-forno de Pedreanes

            Existem ainda em Pedreanes ruínas do século XIX da zona das caldeiras do alto-forno. A Fábrica do Ferro ou Fábrica dos Ingleses, como também ficou conhecida, foi inaugurada a 6 de Março de 1866. Pertenceu à Portuguese Iron & Coal Company.
            Durante o curto período de tempo que laborou, esta fábrica foi uma das mais importantes produtoras de ferro do séc. XIX, chegando a produzir 36 mil quilos de ferro em apenas uma semana.
            A existência de matéria-prima necessária à laboração, em locais próximos, foi determinante para a sua instalação.
            Havia grande pesquisa mineira a cargo de Jorge Croft e outros, nomeadamente nas minas da Légua Velha e da Ribeira da Escoura, muito perto de Pedreanes.
            Nas pedreiras do Pinhal do Rei havia o calcário necessário à aceleração da fusão e, por outro lado, produzido a partir da lenha do Pinhal, havia o carvão vegetal que foi usado em substituição do carvão mineral (coque).
            Havia também muita água, necessária à alimentação das caldeiras e ao arrefecimento das paredes do alto-forno.
            Outro factor importante para o estabelecimento do alto-forno em Pedreanes foi a proximidade da linha de caminho-de-ferro americano, necessária ao escoamento dos seus produtos.
            O alto-forno de Pedreanes produzia cerca de 6 toneladas de ferro por dia em lingotes, os quais eram depois transformados em chapas de ferro, verga, verguinha e prego.
            Este alto-forno tinha duas máquinas a vapor de 30 cv, e julga-se que teria uma altura de 14 a 15 metros.
            Não estando bem definida a data de encerramento deste importante empreendimento, pensa-se que terá laborado até cerca de 1885, embora com alguns períodos de paragem e reestruturação.
            Depois de encerrada, a fábrica foi desmantelada e dela ficaram apenas algumas ruínas.
            As estruturas metálicas dos edifícios e algumas máquinas, incluindo a máquina a vapor, foram vendidas. O tempo, o vandalismo e as pilhagens feitas pela população ao que ainda restava deixaram aos vindouros apenas vestígios desta importante fábrica.
            Nos anos de 1987 e 1988 fizeram-se estudos no local, tendo sido criado um pequeno campo arqueológico que, posteriormente, foi abandonado, assim continuando até aos dias de hoje.


Ruínas da zona das caldeiras do alto-forno de Pedreanes

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